quarta-feira, 13 de junho de 2012

Apresentação

somos um grupo de alunos do 10ºA, constituido pelos alunos Luís Rodrigues, Leon Petsch, e Kevin Brum.
pretendemos com este blog tratar e divulgar assuntos/projetos cientificos que levemos a cabo.

Projeto DOP

iremos iniciar um projeto do DOP (Departamento de Oceonagrafia e Pescas).
Este projeto foi-nos proposto, tanto ao nosso grupo como a todos os grupos da turma, pelo Dr. Filipe Porteiro.
O Dr. Filipe Porteiro Apresentou-nos quais os projetos que o DOP esta a levar a cabo tendo o nosso
grupo escolhido a Genómca dos Mexilhões Hidrotermais, liderado pelo Dr. Rui Bettencourt.
A nossa turma efetuou uma visita de estudo ao DOP, onde o nosso grupo visitou o laboratório onde trabalhavam nos mexilhões.
A Drª teresa explicou-nos como isolar um gene e multiplicálo pela técnica do PCR, e ainda deu-nos a conhecer todo o laboratorio, os seus equipamamentos, bem como o funcionamento de cada um.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Genómica dos Mexilhões Hidrotermais

Estes mexilhões ja têm o genoma sequenciado graças ao departamento de oceonagrafia
e pescas(DOP), da Universidade dos Açores.
Este grupo é liderado pelo Dr. Raul Bettencourt, que criou o primeiro transcriptoma deste mexilhão.
Segundo o Dr. Raul o estudo destes seres pode trazer aplicações práticas, principalmente na área da medicina.
Os mexilhões hidrotermais vivem em ambientes insuportáveis á vida humana ou de outros organismos que não utilizem a quimiosíntese.
O estudo do bivalve Bathymodiolus azoricus, que habita o campo hidrotermal Lucky Strike (a 1700 metros de profundidade e a 200 milhas sudoeste da ilha do Faial), interessou a Raul Bettencourt pelas questões biológicas que levanta. A investigação sobre a sua adaptação fisiológica teve início em 2004 “com a identificação de genes”.
Daí foi necessário olhar de uma forma global para a expressão de todos os genes (ou transcriptoma) que indicam “os mecanismos moleculares envolvidos nos processos de adaptação a ambientes caracterizados por ausência de luz solar, elevados níveis de pressão hidrostática e de concentração de metais pesados, níveis muito baixos de pH e, ainda, valores extremos de temperatura”. Este trabalho de sequenciação do transcriptoma de um invertebrado é o primeiro a nível nacional. É também o primeiro a nível mundial respeitante a um animal das fontes hidrotermais de ambiente marinho profundo.

Aplicação prática

Existe um vasto potencial para a aplicação prática deste estudo. “As moléculas que participam na defesa do organismo são antibióticos naturais, que poderão ser aplicados a nível farmacêutico”, afirma. Existe também “um gene que participa no desenvolvimento da visão, bem como moléculas que têm funções de desintoxicação”. A medicina será, então, uma área privilegiada para a aplicação dos estudos que se vão continuar a realizar. O próximo passo será a publicação do estudo e a sua extensão a outros animais, nomeadamente a um camarão, uma esponja e um peixe.

PCR

Em 1993, Kary Mullis, um geneticista ao serviço da Cetus, uma empresa de Biotecnologia da Califórnia, recebeu o prémio Nobel da Química pelo desenvolvimento de um método que permite sintetizar, em poucas horas e in vitro, uma grande quantidade de um determinado fragmento de DNA. Esta técnica faz parte integrante da moderna biotecnologia molecular, tendo trazido um enorme progresso a áreas como o diagnóstico de doenças, medicina forense entre muitas outras para além da Investigação em Biologia.
A técnica de PCR (polymerase chain reaction - reacção em cadeia pela polimerase) baseia-se no processo de replicação de DNA que ocorre in vivo . Durante o PCR são usadas elevadas temperaturas de forma a separar as moléculas de DNA em duas cadeias simples, permitindo então a ligação de oligonucleótidos iniciadores (primers), também em cadeia simples e geralmente constituídos por 15 a 30 nucleótidos, obtidos por síntese química. Para amplificar uma determinada região são necessários dois iniciadores complementares das sequências que flanqueiam o fragmento de DNA a amplificar, nos seus terminais 3', de modo a permitir a actuação da DNA polimerase durante a síntese da cadeia complementar, usando como molde cada uma das duas cadeias simples constituintes do DNA a amplificar (figura 1).

PCR 1

Para realizar PCR são necessárias pequenas quantidades do DNA alvo, um tampão salino contendo a polimerase, oligonucleótidos iniciadores, os quatro desoxinucleótidos constituintes do DNA e o cofactor Mg2+. Esta mistura é submetida a vários ciclos de amplificação que consistem em:

  • Desnaturação do DNA alvo pelo calor (tipicamente 1 minuto a 94-96ºC), de modo a separar as duas cadeias
  • Associação dos iniciadores por ligações de hidrogénio ao DNA alvo em cadeia simples. Para permitir essa associação, a mistura de reacção é arrefecida (tipicamente a temperaturas entre 50 e 65ºC, durante 1 minuto; a temperatura a usar depende da % GC da sequência a amplificar)
  • Extensão dos iniciadores através da síntese da cadeia complementar de cada cadeia molde, catalisada pela DNA polimerase (tipicamente 1 minuto a 72ºC)

O processo envolvendo estes três passos, pode ser repetido várias vezes (25 a 30 ciclos) sendo possível aumentar, em cada ciclo, duas vezes a concentração de DNA pré-existente (figura 2). Em teoria, se for possível levar a cabo 25 ciclos de amplificação seguidos, a concentração de DNA aumentaria 225 vezes embora, na prática, devido a alguma ineficiência no processo de amplificação, esse aumento fique por um milhão de vezes.

PCR 2

Como na técnica de PCR se encontram envolvidos vários ciclos de amplificação, foi desenvolvido equipamento que permite programar, de forma contínua e automatizada, os vários ciclos de aquecimento e arrefecimento. Para tal ser concretizável, as DNA polimerases utilizadas deverão ser termoestáveis, tendo tal sido conseguido com o isolamento da DNA polimerase da estirpe termofílica Thermus aquaticus (Taq DNA polimerase) que actua a temperaturas elevadas levando assim a um aumento da especificidade da reacção. De referir ainda que o produto de PCR pode ser visualizado após electroforese em gel de agarose e o seu tamanho ser estimado por comparação com padrões lineares de DNA.